29 de abr. de 2011

Fragmentos da Calma I - Vida de Rafaella - Por Nathielle Wougles

Desapego



“Seus dedos na minha pele são arrepios. Todos os pêlos, curiosos, levantam-se para ouvir o suspiro. E, comemorando a vitória da pele sobre as palavras, acompanham os seus dedos em ôla, arrepiando-se, arrepiados. Seus dedos que, de tão leves, escorregam sobre minha pele, cortando-me em quatro pedaços”.


Eu adorei seus dedos e o vinho quente. Não me incomodei com despertador que tocou às 6 da manhã anunciando a minha partida. Antes de sair da sua casa, apaguei teu número do meu celular para esclarecer o fato de que homem é tudo igual: se bobear, os convites vão para a gráfica!

6 de jan. de 2011

Dor e Delícia - Por Nathielle Wougles

RAFAELLA GOSTA:

· De homens que usam veludo cotelê;


· De dirigir;


· De artigos exóticos de sex shops;


· De quadros decorativos dos anos 60;


· De botas longas;


· De luvas de boxe;


· De mulheres também;


· De desenho estilo HQ;


· De cadeiras confortáveis;


· De Jack Kourack;


· De piadas infames;


· De ironia e sarcasmo;


· De homens na cozinha;


· De fumar sozinha;


· De whisky caro;


· De chorar ouvindo músicas;


· De trabalhar de madrugada;


· De domingos com sol;


 RAFAELLA NÃO GOSTA:

· De psicologia organizacional;


· De sexo frágil;


· De bandas coloridas;


· De opinião pública;


· De celulares;


· De barulho de descarga;


· De pornochanchada;


· De pessoas efusivas;


· De tédio e ociosidade;


· De academia;


· De pesquisa de mercado;


· De chorar por qualquer coisa;


· De sentir saudade;


· De brainstorms;


· De transar bêbada;


· De civismo;





16 de dez. de 2010

Wake Up, Dead Man!

Para o ano de 2011, fica a reflexão!

Hasta! :)

3 de nov. de 2010

¿Mi lugar especial? por Patrick Lubawski


Creo que no lo tengo aún, pero puedo imaginar uno que me lleve a una perfecta armonía conmigo mismo.




Tiene que estar cerca de una playa, donde la arena sea tan fina que resbale por entre los dedos de los pies durante una caminata, el agua debe ser calma, tranquila y serena como mis pensamientos durante la estadía en este lugar, durante el día, las nubes del cielo tienen el color de añil así como las aguas del mar y por la noche muchas y muchas estrellas brillan haciéndome pensar solamente en las cosas buenas de la vida. En este lugar, la capacidad de olvidarse de las cosas malas y solo pensar en las cosas buenas lo hacen tan especial.



A mi lado, no podrá faltar la persona que me acompaña en todos los momentos de mi vida, principalmente en los difíciles y que gozaría de la belleza de ese lugar conmigo, juntamente con su belleza.

 
Todavía ese lugar no existe, así yo tengo que vivir mi vida de la mejor manera posible. Hacer de mi pequeño mundo un poco de ese lugar es necesario para que las cosas malas no me dejen aburrido y frustrado, y que en un futuro no muy distante eso deje de ser solo un sueño y se convierta en una maravillosa realidad.

















4 de ago. de 2010

ENQUETE

A CIA Joinvilense de Teatro está na montagem de um novo espetáculo e nós queremos a sua ajuda.
Acesse: www.ciajoinvilensedeteatro.blogspot.com e responda a pergunta: Na sua opinião, o que não pode faltar num espetáculo que fala da mulher e do universo feminino?
AJUDE-NOS A MONTAR ESTE ESPETÁCULO!

Opine já!
O Caos com Calma agradece e a arte também!

BEIJOS CÊNICOS


Nathi

15 de jul. de 2010

Personagem por Nathielle Wougles

Não é mágoa, meus queridos. É lifestyle. Então se é assim, porque as pessoas julgam tanto as minhas atitudes? Eu acordo às 6 horas da manhã, tomo meu banho, meu café, passo meu batom e dou pra quem eu quiser!
Não, não sou casada! Eu fico... E você com a tua psicologia de fundo de quintal, vai dizer que isso é projeção de algum trauma com o sexo oposto que obtive na adolescência ou anos atrás e eu vou repetir: meu bem, isso é lifestyle. É assim tão hediondo se relacionar com que a gente quer, na hora que a gente quer e em qualquer lugar? Então pega o teu moralismo e enfia... no lugar que quiser porque o meu tá comigo.
Eu sou de Bagé, 32 anos, publicitária. Não uso drogas, apenas fumo Lucky Strike Preto e bebo Chopp Brahma. Eu gosto de vermelho e de indie rock com vocalistas sujinhos cantando em versões demo. Música do Caetano me dá tesão e com sertanejo eu brocho. Eu sou intensa e eu adoro ser mulher. Porque sendo mulher me sinto no direito e igualdade de ter os mesmos comportamentos que os homens e ainda me aproveitar deles (dos homens e dos comportamentos). Eu sou o que te dá raiva e você quer esganar. E sou bem resolvida com tudo isso.
Outro dia, fiquei com aquele cara com nome de rei, o Júlio... Henrique... Artur... Esqueci o nome dele... Mas também não vem ao caso agora. Enfim, depois de uma noite BEM LEGAL, eu fui pra casa e na manhã seguinte ele me ligou! Cara, não precisa ligar! Qual a utilidade de ligar para uma pessoa falando que tem saudade dela depois de uma noite regada a sexo, drogas e rock n’ roll? Não precisa amigo, eu me basto pelo o que a gente passou...Ontem! Hoje já não é a mesma coisa e eu tenho tanto pra me preocupar e estou tão feliz assim!
Eu tenho leve tendência a gostar de liberdade, por isso não me prenda porque você vai se arrepender, se arrepender demais, cara. É a fúria generalizada das mulheres que queimam sutiãs, daquelas que são um macho com órgão reprodutor feminino. Isso é malícia e é maldade e é inteligência! Eu não uso salto alto, mas sou sexy, eu não tenho cabelos compridos, mas sou sexy. Isso não é da carcaça, loira do xampu. É de dentro da gente, se expressa pelo o que a gente pensa e pelo que a gente faz.
Já amei, de verdade e amo até hoje todo mundo que se relaciona comigo. Eu estou constantemente complemente apaixonada! É por isso que meu cabelo e pele são ótimos! E é por isso que eu choro de saudade quando ninguém está vendo, é por isso que eu tenho vontade de ligar e esperar ligações, é por isso que eu saiu do trabalho e vou no bar fazer o happy hour, é por isso que eu morro de raiva quando eles acham a outra mais bonita, é por isso que eu sinto que os momentos são únicos. Sou igual a todas as outras mulheres.
Libertária ao extremo. Em todos os extremos da vida.
Meu nome é Rafaella, “não movas uma palha por mim, tu te arrependerás!”

24 de mai. de 2010

Anemia por Patrick Lubawski

Embora sua aparência física não seja importante, descrevê-lo-ei.
Era feio, olhos castanhos, nariz e queixo exageradamente grandes e uma boca minúscula. Não era baixo, nem alto, na verdade tudo nele dependia do ponto de vista de quem o visse. Alguns lhe achavam chato, outros interessante, porém todos concordavam que tratava-se de uma pessoa de inteligência única. Sabia tudo a respeito de... tudo. Quando perguntado sobre qualquer assunto sempre fingia estar pensando no que dizer (embora soubesse exatamente como responder a pergunta instantaneamente de três formas diferentes, uma mais detalhada que a outra). Tinha para si que não responder na hora lhe daria uma aparência mais filosófica.
Fazia cara de superior, exalava um ar de inteligência vinda dos deuses. Preocupava-se com coisas fúteis, desesperava-se ao imaginar sendo questionado sobre algo e não ter argumentos ilimitados para dar prosseguimento à discussão.
Lia muito, trocava amizades por solidão, sua vida limitava-se a necessidade de adquirir conhecimento. Não suportava a idéia de ir mal em alguma prova (mal para ele era não tirar nota máxima, óbvio). Repudiava as pessoas que não eram providos de uma capacidade geniosa como ele.
Tinha sonhos e desejos. Terminou o ensino médio aos treze, entrou na faculdade e saiu em seguida, formado aos dezessete. Mestrado e doutorado foram consequências naturais e aos vinte e cinco anos começou a se preocupar em ser rico.
Passara num concurso (nunca reprovara em nada). Porém como não tinha amigos, ninguém lhe parabenizou e ninguém sentiu sua falta.
Algum tempo depois foram a sua procura, pois não começou a trabalhar, não aparecia em lugar algum para se vangloriar, assim como sua humildade sumiu logo aos cinco anos, quando descobriu ser “superior” aos outros, ele desapareceu a vista de todos logo depois de ser chamado para começar no cargo que sempre quis.
Encontraram-no alguns dias depois, morto em sua casa, sozinho, cercado de livros de medicina e com os punhos cerrados. Deu fim a própria vida e ninguém conseguia entender o que passara em sua cabeça. Várias foram as hipóteses, porém nenhuma parecia plausível.
Descobriram mais tarde o motivo.
Para assumir o cargo que lhe era de direito, passou por alguns exames físicos e mentais. O resultado desses acabaram com sua vida, suicidou-se por não suportar tal humilhação.
Soube o quanto a vida era cruel, pois ele que era preparado para tudo, esqueceu de tomar algumas medidas simples como se alimentar bem. Não teve dúvidas em tirar a vida quando descobriu que havia reprovado no exame de fezes.